quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Chocolates suíços

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A Suíça é conhecida mundialmente como uma “fábrica” de bom chocolate, pode-se considerar os chocolates um ícone representativo do pais. Da Suíça saem a maioria das marcas de chocolates conhecidas, estas são afamadas pela qualidade dos seus produtos e por levarem gravado o símbolo emblemático da suíça, a cruz vermelha ou mesmo só a alusão aos Alpes. O “sabor” único destes preciosos chocolates é em parte real, contudo existe uma parte deste sucesso que se deve à ideia construída, primeiramente, pela oportunidade já que foi na Suíça que se desenvolveram as primeiras fábricas de renome. E seguidamente existe uma boa imagem e campanha que envolve não só o factor tradição chocolateira mas, também, numa tentativa bem conseguida de elevar os produtos locais a um patamar de qualidade e excelência superior. Esta campanha tanto é motivada pelas próprias empresas como pelo pais, houve certos anos que o governo Suíço não permitia a apropriação de imagens com uma relação directa ao pais, embora rapidamente perceberam que isso é uma mais valia ao produto e ao próprio pais, trás prestigio. Entre múltiplos exemplos escolhemos três para evidenciar a importância do chocolate suíço, três exemplos que tiveram caminhos diferentes mas a mesma origem e é interessante perceber como o factor origem pesa no sucesso ou não destas empresas, ou seja, será que se a Suíça não fosse famosa por ser produtora de chocolates teriam todos a mesma fama e sucesso?

A TOBLERONE é uma das mais antigas marcas de chocolate que se manteve quase inalterada até as dias de hoje, é um produto que é reconhecido no mundo inteiro como um dos símbolos do chocolate suíço.

Em 1867, Jean Tobler abriu a Confiserie Spéciale, a sua primeira loja de chocolate em Berna, e com os anos tornou famoso o seu chocolate sendo que em 1899 tinha tanta procura que Jean Tobler consegue abrir a sua própria fabrica. Contudo, é apenas em 1908 que o seu filho Thedor e o seu primo Emil Baumann elaboraram a receita de chocolate de leite com nougat de amêndoas e mel, esta que dá origem à marca TOBLERONE. O nome surge com a junção de Tobler e torrone palavra italiana que significa “nougat”. “Theodor patenteou o processo de fabrico em 1906 e registou a marca em 1909, bem como a sua forma e embalagem originais. O TOBLERONE foi então o primeiro chocolate a ser patenteado.”[1] A forma piramidal dos pedaços de chocolate remonta ao perfil triangular de um dos Alpes suíços, Matterham. Embora o chocolate se tenha mantido autentico e original desde a sua criação, a embalagem sofreu pequenas alterações: inicialmente continha uma águia que foi substituída por um urso – símbolo heráldico da cidade de Berna. Mas em 1930 a águia foi reposta segurando uma bandeira da empresa. Por volta de 1970 a característica fonte utilizada no nome da empresa assume um destaque maior preenchendo a altura da caixa. O tipo de letra é facilmente identificado e associado ao produto pois manteve-se inalterado deste o seu lançamento marcando uma imagem de marca. Actualmente, o design da embalagem foi actualizado, mantendo o nome em destaque e incluindo o pico dos Alpes e, novamente, o urso. Este dois últimos símbolos reforçam as origem do produto sendo assumidamente símbolos suíços. Segundo os poucos dados divulgados pela discreta empresa, a TOBLERONE gasta anualmente o mel produzido por 23.4 milhões de abelhas mexicanas, leite fornecido por 10 mil vacas suíças e amêndoas de 40.563 amendoeiras localizadas na Califórnia, EUA. Quanto ao cacau, a sua origem é segredo.

Apesar da fábrica ter mudado de instalações manteve-se na cidade e ao contrario que muitos pensam, não existem mais os famosos mestres chocolateiros que fazem as suas secretas misturas. A fábrica de TOBLERONE em Brunnen tem 300 empregados, de 31 países diferentes. Dividem-se em três turnos, produzindo 24h, o ano inteiro os três tipos de chocolates triangulares. É apenas uma fábrica no mundo inteiro que produz todos os chocolates TOBLERONE.

Podemos concluir que a TOBLERONE estagnou, tem os seus compradores assíduos e não investe na investigação ou desenvolvimento de novos produtos, embora esta empresa não seja retardada ou pouco evoluída pelo contrario, esta tem uma fábrica equipada com a mais alta tecnologia. Sendo que é uma marca com um nome e um posição definida não tem uma estratégia agressiva de mercado permanece discreta e quase sem publicidade.

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A história das Nestlé, na área dos chocolates é muito diferente da TOBLERONE. Actualmente a Nestlé é uma gigante mundial em enumeras frentes. Apesar de ser uma marca com origem suíça é um farmacêutico alemão que lhe dá o nome, Henri Nestlé. Este foi o fundador da empresa, devido ás suas preocupações com a elevada taxa de mortalidade infantil decidiu investigar uma formula para combater este facto, começando a comercializar em 1867 a famosa farinha láctea. Após uns anos de ter atingindo um nível de satisfação pessoal e monetária vendeu a firma, este foi o ponto de viragem da Nestlé. Rapidamente os novos donos começaram a envergar por outros caminhos realizando aquisições e fusões. Em 1929 deu-se a fusão com a empresa Peter, Cailler, Kohler, Chocolat Suisse criando assim uma das maiores empresas de chocolates do mundo. Já produziam chocolates através de outras marcas mas em 1970 lançam o primeiro chocolate Nestlé, o Nestlé Classic, produto que chegou até hoje sem sofrer alterações tanto a nível de produto como de imagem.

O nome desta firma é um tributo ao seu fundador tal como o elemento chave da identidade corporativa. O nome Nestlé, em alemão, significa o pequeno ninho, o que remete para algo acolhedor, seguro e familiar. Quanto ao seu símbolo, Henri Nestlé decidiu personalizar o seu negocio com o brasão da família, o ninho, símbolo este que passou por algumas modificações ao longo da história mas nunca se perdendo.

A Nestlé é uma empresa que desenvolve produtos para satisfazer todas as necessidades do consumidor, em cada pessoa individual esta marca vê um potencial alvo, ou seja, não fabrica só para massas mas alimenta o consumo quase que podemos dizer, personalizado. Isto é, existe o mesmo tipo de chocolate mas com enumeras variações de recheio ou complementos para abranger qualquer tipo de gostos, por exemplo um chocolate de leite com amêndoas ou nozes ou bolacha ou avelã ou caramelo, etc.. “Criar. Evoluir. Crescer. A NESTLÉ cresce dando a toda a familia uma razão de preferência. Para todas as idades, em todas as etapas, a NESTLÉ marca presença obrigatória.” – slogan de uma campanha Portuguesa.

Nestes últimos anos, a partir de 2008, a Nestlé iniciou-se no segmento dos chocolates Premium, lançou a marca Nestlé Gold que consiste em quatro variedades de chocolates elaboradas com o mais puro chocolate suíço. Pormenor interessante é que ao entrarmos no site do Nestlé Gold é visível uma página mais conversadora, onde se destaca um símbolo que diz: “ Swiss Créateur De Chocolat”, a empresa tem a intenção de reforçar as suas origem como forma de relacionar a vasta tradição e qualidade dos chocolates suíços com esta nova linha gourmet.

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Um dos maiores ícones do mundo dos chocolates é , curiosamente, uma vaca roxa, reconhecida mundialmente como símbolo principal da marca Milka.

A historia da Milka remonta a meados de 1850 na suíça, onde o produtor de chocolates Philippe Suchard transformou o seu chocolate num produto de elite europeia, num produto acessível a todos e extremamente popular.

O nome Milka é derivado das palavras alemãs Milch (leite) e Kakoa (cacau) os ingredientes chave das famosas barras de chocolate. A cor escolhida é somente para chamar a atenção dos consumidores, a vaca foi é um símbolo que representa o melhor do leite dos Alpes. Esta marca posicionou-se desde sempre no segmento dos chocolates de qualidade com o primeiro slogan: “Milka, a mais tenra sensação, por ser feito com leite dos Alpes.” Apenas em 1972 a invulgar vaca roxa se estreou nas embalagens do produto, fazendo, assim destes chocolates os mais famosos chocolates do mundo. A vaca roxa fazia parte de uma campanha publicitária contudo tornou-se tão famosa que apareceu em mais de 110 comerciais televisivos.

O mais interessante desta marca de chocolates é a sua estratégia actual de markting, apesar de sempre ter sido muito presente nos meios de comunicação com anúncios de televisão, revistas, etc. neste momento podemos afirmar que compreenderam que os consumidores estão invadidos e saturados de imagens e a sua eficácia é diminuída. Perante estas acertadas conclusões, nos últimos anos a marca Milka tem investido em campanhas como a Milka Tour Alpines, onde reproduz o ambiente dos Alpes com desportos radicais e actividades para os mais novos, com estas campanhas pretende uma aproximação com o publico, a divulgação dos mesmo princípios que em 1850 – a qualidade dos seus produtos associando sempre à excelência de produtos suíços – e claro a venda de produtos Milka. Esta nova maneira de chegar até ao consumidor e divulgar os novos produtos tornasse mais eficaz pois neste momento o publico não consegue absorver todas as imagens e informações que a publicidade comum tenta passar mas mais facilmente passa à acção diverte-se em família, pratica um desporto que só na teria a oportunidade e fica a conhecer mais um variedade de chocolate, este evento é sem duvida mais marcante para o consumidor.

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[1] Phaidon Desing Classic, in Público, “Design – 1000 Objectos de Culto” Volume

2 comentários:

  1. adorei a sua pagina e o chocalate é uma boa companhia, eu adoro O MILKA com mousse é do melhor.
    Cristina (tia) (madrinha)

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